quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A Abolição da Escravatura



Possíveis motivos ingleses para pressionar o Brasil com a abolição da escravatura:
-Concorrência do Brasil com suas colônias açucareiras nas Antilhas, o fim do tráfico desarrumaria a economia brasileira, beneficiando as colônias britânicas;
-Interesse dos ingleses na África, não queriam que a mão-de-obra africana fosse embora para o Brasil;
-Escravidão no Brasil sendo substituída pelo trabalho livre, ampliando o mercado consumidor, beneficiando as exportações inglesas;
-Convicção liberal de muitos ingleses.
Em 1845 o parlamento inglês votou o Bill Aberdeen, uma lei que avisava que os navios de guerra britânicos atacariam todos os barcos negreiros que vissem no oceano.
Portanto em 1850 foi votada a Lei Euzébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos da África para o Brasil. Uma das conseqüências foi o tráfico interprovincial, os escravos do Nordeste decadente eram vendidos para as áreas cafeicultoras do Sudeste.
Como uma forma de substituição dos escravos, a mão-de-obra adotada foi a dos imigrantes. Inicialmente, adotou-se o sistema de parceria, o fazendeiro cedia um pedaço de terra para o imigrante cuidar do café. Depois, dividiam os resultados líquidos da venda. Os parceiros já começavam devendo o dinheiro da passagem de navio, comida, barracão aonde moravam, ferramentas, etc. Mas o sistema falhou e a imagem do Brasil ficou péssima, assim o governo criou outra forma de atrair imigrantes, com uma propaganda pesada começou a ser realizado o sistema de colonato. Os colonos recebiam uma parte do cafezal para cuidar e o pagamento vinha em duas partes: a primeira uma quantia anual fixa. A segunda parte era o pagamento pelo resultado da tarefa, ou seja, pela quantidade de café colhido.
Para garantir que os ex-escravos e imigrantes não iriam pegar um pedaço de terra abandonado era preciso impedir o acesso livre à terra, o parlamentou votou a Lei da Terra, que estabelecia que só poderia ser novo dono de terra quem a comprasse.
Próximo ao século XX, o açúcar no Brasil sofria com a concorrência, começando então a exportar para os EUA.
O trabalhador livre no nordeste poderia ser condiceiro: trabalhar dois ou três dias da semana de graça para o patrão, caso trabalhasse mais que isso receberia uma diferença em seu salário, ou poderia ser foreiro: recebia um pedaço maior de terra que o condiceiro, mas deveria pagar um foro, espécie de aluguel de uso da terra e deveria fornecer o cambão, trabalho de 20 a 30 dias de graça e era obrigado a ajudar a cortar cana, recebendo um pequeno salário por isso.
A abolição da escravatura teve também adeptos intelectuais, que acreditavam que o fim da escravidão abriria o caminho para o capitalismo e, com ele, a indústria, a cidade, o progresso. Além de acreditarem que só um país com trabalhadores livres e europeus poderia ingressar na modernidade.
Teve também apoio do exército, que na Guerra do Paraguai teve grande participação de escravos.

LEIS ABOLICIONISTAS:
-1871 Lei Rio Branco (Lei do Ventre Livre). A partir daí o garoto nascido poderia ser um escravo até oito anos e o dono receberia uma quantia para libertá-lo ou então ele seria liberto com 21 anos.
-1885 Lei Saraiva-Cotergipe (Sexagenários). Libertava os escravos com 65 anos ou com 60, contanto que o escravo trabalhasse três anos de graça como uma indenização.
-1888 Lei Áurea, libertação de todos os escravos.

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