A estrutura econômica colonial
Os EUA e o Brasil foram colonizados na mesma época. Porque os EUA tiveram um melhor desenvolvimento? Será que é pelo fato de ter sido colonizado pelos ingleses?
Não... O fato é que ainda não haviam descoberto ouro nos EUA. O clima e o solo eram bons, mas eram semelhantes aos da Inglaterra. Então a Inglaterra “abandonou” a nova terra, pois não teriam lucro. Os camponeses expulsos de suas terras, artesãos arruinados pelo crescimento das manufaturas, perseguidos religiosos e políticos da Inglaterra foram para os EUA, que então virou uma colônia de povoamento.
Já no Brasil, os portugueses encontraram um clima e um solo ótimo para o cultivo do açúcar e no século XIX foi descoberto ouro em grandes quantidades, tornando então, colônia de exploração.
Desde o início da colonização o Brasil foi um país desigual. As pessoas que vieram de Portugal eram geralmente de dois tipos:
1- Ricos latifundiários que podiam comprar escravos;
2- A maioria era pobre e tinha que se submeter ao latifundiário.
A sociedade deveria beneficiar somente uns poucos. Portugal e os ricos latifundiários.
A colonização deu certa principalmente por causa do açúcar. Um pedaço enorme de Brasil produzia açúcar (monocultura), desgastando o solo e destruindo as florestas. Os fazendeiros precisavam de trabalhadores, a população de Portugal era pequena e a cultura indígena é totalmente diferente do capitalismo. Os índios tinham seus costumes e não precisavam do branco para sobreviver, então os portugueses começaram a usar o regime de escravidão.
Em 1540 a 1620, as plantações de cana-de-açúcar usavam principalmente os índios como escravos. Depois disso, os fazendeiros começaram a comprar escravos da África, até que o número que negros ficou superior ao número de índios no mercado de escravos.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil havia cerca de 5 milhões de índios. Hoje existem aproximadamente 200 mil. Os portugueses queriam escravizá-los, mas eles resistiam dessa maneira eles os dizimavam com suas armas mais “sofisticadas”.
De início, a vinda dos negros já não era tranqüila. Vinham em um navio no qual eles ficavam no porão, comendo restos e vivendo com ratos. Muitos não agüentavam e morriam no caminho. Os que chegavam eram vendidos como animais e tratados pior ainda por seus “donos”. Eram severamente punidos por coisas insignificantes e marcados quando fugiam. Negras eram estupradas e se ficassem grávidas eram obrigadas a abortar ou vender seus filhos.
Algumas vezes, escravos conseguiam fazer uma fuga em massa e se refugiavam em quilombos, aonde eles produziam com igualdade e acatavam todos os fugitivos oprimidos, como os índios, por exemplo. Era uma sociedade alternativa e democrática, aonde mantinham contato com quilombos de outros países.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, trouxeram doenças das quais os índios não tinham imunidade, proteção que a igreja tinha em relação aos índios. Eles só podiam ser escravizados no caso de ataque aos portugueses. Assim sendo os portugueses “fingiram ser atacados e tentaram escravizar os índios, mas eles resistiram.
Já os negros estavam em grande número e não havia leis os protegendo. As igrejas, inclusive, possuíam escravos. Dessa forma começa o tráfico de escravos.
O pacto colonial era o pacto imposto sobre a colônia. Esta só podia produzir gêneros primários, os que interessavam a Portugal com objetivo de vender na Europa. A colônia só podia comercializar com a metrópole. Aquela era obrigada a comprar produtos caros desta e vendia baratos os seus. Com isso podemos comparar o crescimento norte americano que foi colônia de povoamento e nós de exploração.
Estudos históricos recentes descobriram que era comum o senhor ceder aos seus escravos um pouco de terra para ele trabalhar para seu próprio consumo nos fins de semana, dessa forma o escravo se tornava uma espécie de mini-consumidor. Isso demonstra que a economia não se baseava somente no plantation, mas também no mercado interno. Foi descoberto que a monocultura era de preferência dos latifundiários e não imposto pela Coroa. O crescimento econômico se deu não por interesse da colônia, mas sim porque os senhores de engenho se beneficiavam com isso, apesar de todas as restrições do monopólio colonial. O aspecto principal da sociedade colonial era a plantagem escravista.
Fonte: Nova história crítica do Brasil: 500 anos de história malcontada / Mario Furley Schimidt. - São Paulo: Nova Geração, 1997.
Os EUA e o Brasil foram colonizados na mesma época. Porque os EUA tiveram um melhor desenvolvimento? Será que é pelo fato de ter sido colonizado pelos ingleses?
Não... O fato é que ainda não haviam descoberto ouro nos EUA. O clima e o solo eram bons, mas eram semelhantes aos da Inglaterra. Então a Inglaterra “abandonou” a nova terra, pois não teriam lucro. Os camponeses expulsos de suas terras, artesãos arruinados pelo crescimento das manufaturas, perseguidos religiosos e políticos da Inglaterra foram para os EUA, que então virou uma colônia de povoamento.
Já no Brasil, os portugueses encontraram um clima e um solo ótimo para o cultivo do açúcar e no século XIX foi descoberto ouro em grandes quantidades, tornando então, colônia de exploração.
Desde o início da colonização o Brasil foi um país desigual. As pessoas que vieram de Portugal eram geralmente de dois tipos:
1- Ricos latifundiários que podiam comprar escravos;
2- A maioria era pobre e tinha que se submeter ao latifundiário.
A sociedade deveria beneficiar somente uns poucos. Portugal e os ricos latifundiários.
A colonização deu certa principalmente por causa do açúcar. Um pedaço enorme de Brasil produzia açúcar (monocultura), desgastando o solo e destruindo as florestas. Os fazendeiros precisavam de trabalhadores, a população de Portugal era pequena e a cultura indígena é totalmente diferente do capitalismo. Os índios tinham seus costumes e não precisavam do branco para sobreviver, então os portugueses começaram a usar o regime de escravidão.
Em 1540 a 1620, as plantações de cana-de-açúcar usavam principalmente os índios como escravos. Depois disso, os fazendeiros começaram a comprar escravos da África, até que o número que negros ficou superior ao número de índios no mercado de escravos.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil havia cerca de 5 milhões de índios. Hoje existem aproximadamente 200 mil. Os portugueses queriam escravizá-los, mas eles resistiam dessa maneira eles os dizimavam com suas armas mais “sofisticadas”.
De início, a vinda dos negros já não era tranqüila. Vinham em um navio no qual eles ficavam no porão, comendo restos e vivendo com ratos. Muitos não agüentavam e morriam no caminho. Os que chegavam eram vendidos como animais e tratados pior ainda por seus “donos”. Eram severamente punidos por coisas insignificantes e marcados quando fugiam. Negras eram estupradas e se ficassem grávidas eram obrigadas a abortar ou vender seus filhos.
Algumas vezes, escravos conseguiam fazer uma fuga em massa e se refugiavam em quilombos, aonde eles produziam com igualdade e acatavam todos os fugitivos oprimidos, como os índios, por exemplo. Era uma sociedade alternativa e democrática, aonde mantinham contato com quilombos de outros países.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, trouxeram doenças das quais os índios não tinham imunidade, proteção que a igreja tinha em relação aos índios. Eles só podiam ser escravizados no caso de ataque aos portugueses. Assim sendo os portugueses “fingiram ser atacados e tentaram escravizar os índios, mas eles resistiram.
Já os negros estavam em grande número e não havia leis os protegendo. As igrejas, inclusive, possuíam escravos. Dessa forma começa o tráfico de escravos.
O pacto colonial era o pacto imposto sobre a colônia. Esta só podia produzir gêneros primários, os que interessavam a Portugal com objetivo de vender na Europa. A colônia só podia comercializar com a metrópole. Aquela era obrigada a comprar produtos caros desta e vendia baratos os seus. Com isso podemos comparar o crescimento norte americano que foi colônia de povoamento e nós de exploração.
Estudos históricos recentes descobriram que era comum o senhor ceder aos seus escravos um pouco de terra para ele trabalhar para seu próprio consumo nos fins de semana, dessa forma o escravo se tornava uma espécie de mini-consumidor. Isso demonstra que a economia não se baseava somente no plantation, mas também no mercado interno. Foi descoberto que a monocultura era de preferência dos latifundiários e não imposto pela Coroa. O crescimento econômico se deu não por interesse da colônia, mas sim porque os senhores de engenho se beneficiavam com isso, apesar de todas as restrições do monopólio colonial. O aspecto principal da sociedade colonial era a plantagem escravista.
Fonte: Nova história crítica do Brasil: 500 anos de história malcontada / Mario Furley Schimidt. - São Paulo: Nova Geração, 1997.
Bom texto! Bem explicativo e esclarecedor.
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